segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Inventário parcial de meus pequenos prazeres
Prazer em acordar cedo
Em dormir cedo e cansado
Prazer de abraçar minha mulher
E beijar meu filho
Em fazer nada
E não me culpar por isso
Minha paixão por vícios
Tomar café preto
Comer salgadinho de queijo
Fumar um cigarro tranquilo
E coçar a barba se penso
Em escrever o que vejo
Morar num bairro que tem gente
Observar o caos vivo de
Quem bebe na esquina
Quem fia na venda
Quem pega ônibus e
Anda de bicicleta
De ser biólogo, não hippie
E, passear trabalhando
E trabalhar sonhando
Em mudar o mundo
Ainda que saiba que
Tudo muda, no seu tempo.
Em ser tricolor, santacruzense
Jogar bola (ainda que esporadicamente)
Dançar como louco
Tocar mal o violão
Beber com amigos
Resolver todos os problemas
E acordar, cedo e ressacado
Pra começar, tudo de novo...
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Exercício matutino
Nadar diariamente às 06:00 da manhã não é fácil, ainda que eu goste.
Hoje estou aqui, faltam 10 minutos para abrir a piscina da UFPE e eu ainda titubeio em ir. Mas vou.
Gosto de acordar cedo, de ver o dia começar... sem ruídos, sem pessoas acordadas. É a hora do dia que me dá mais gosto estar acordado. A labuta matutina eleva o espírito. Entendo as pessoas do campo que despertam quando o primeiro sinal de aurora anuncia o dia. Uma senhora que cozinhava pra mim no México durante minhas temporadas de campo utilizava a expressão "recordar" para o despertar diário, a viagem de volta do mundo dos sonhos. É isso mesmo, cada despartar é um regresso, um lembrar.
Vou nadar... isso me lembra...
Hoje estou aqui, faltam 10 minutos para abrir a piscina da UFPE e eu ainda titubeio em ir. Mas vou.
Gosto de acordar cedo, de ver o dia começar... sem ruídos, sem pessoas acordadas. É a hora do dia que me dá mais gosto estar acordado. A labuta matutina eleva o espírito. Entendo as pessoas do campo que despertam quando o primeiro sinal de aurora anuncia o dia. Uma senhora que cozinhava pra mim no México durante minhas temporadas de campo utilizava a expressão "recordar" para o despertar diário, a viagem de volta do mundo dos sonhos. É isso mesmo, cada despartar é um regresso, um lembrar.
Vou nadar... isso me lembra...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Sofrimento que gera inspiração
Teleatendimento
Vai estar consumindo a paciência
Que me está faltando
Para finalmente estar-me dando
Provas de sua indecência
Um número de protocolo
Das ligações que por ventura
Virão a ser as agrugras
Das tardes outrora tão puras
"Em que posso ajudar?"
Por favor, minha conta de ... pi, pi ,pi
"Deixe-me no sistema buscar"
Devo chorar para não rir.
Queria mesmo era espancar
O sistema e o operador
Injetar um virus no ordenador
Para todas as contas cancelar
"Seu protocolo estará sendo arquivado
E seu pedido será julgado"
Por quem? Ora, por vocês fui lesado!
Nessa insana relação de ladrão que julga roubado.
Vai estar consumindo a paciência
Que me está faltando
Para finalmente estar-me dando
Provas de sua indecência
Um número de protocolo
Das ligações que por ventura
Virão a ser as agrugras
Das tardes outrora tão puras
"Em que posso ajudar?"
Por favor, minha conta de ... pi, pi ,pi
"Deixe-me no sistema buscar"
Devo chorar para não rir.
Queria mesmo era espancar
O sistema e o operador
Injetar um virus no ordenador
Para todas as contas cancelar
"Seu protocolo estará sendo arquivado
E seu pedido será julgado"
Por quem? Ora, por vocês fui lesado!
Nessa insana relação de ladrão que julga roubado.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
A má educação, ou: sobre sexo, dominó e 'falcudade'.
Uma das primeiras imagens que aparecem no google ao se procurar por 'faculdade'
A mente de um estudante de graduação da UFPE aos 20 e pouquinhos ocupa 90% dos neurôneos com sexo, dominó e "falcudade", como diriam os paulistas.
O sexo tende a melhorar com o tempo, aprendemos, experiementamos, sintetizamos e isso ocupa nossa mente até que a libido dá lugar ao reumatismo. O dominó é uma arte complexa: estratégia, blefes e sorte se combinam numa mistura que só tem paralelo no futebol, pois em ambos alguém que não joga nada, pode ganhar. Estudar talvez seja o ofício mais científico porém menos preciso de todas essas atividades.
Durante as duas semanas passadas fiz um exercicio com os alunos da pós-graduação em botânica onde avaliamos o grau de conhecimento de 83 alunos de graduação em questões relacionadas à conservação da biodiversidade e meio-ambiente. Foi um desastre! Apesar da grande maioria dos alunos (~75%) terem expressado intenção em trabalhar com biologia da conservação, menos de 20% puderam fazer uma estimativa aproximada do número de espécies descritas pela ciência. A porcentagem de acerto do nome do ministro do meio-ambiente (Carlos Minc) ficou entre 0% e 50% nos para os três cursos de biologia da UFPE. Quando solicitados a citar dois "serviços ambientais/ecossistêmicos" (que por definição são os beneficios que recebemos do correto funcionamento dos ambientes naturais, ex: água, regulação do clima, solos férteis, etc...), foram respostas frequentes: IBAMA, CPRH etc...(sic). Cerca de 20% não tem nenhum conhecimento de estratégias de conservação e a percepção dos alunos sobre o número de disciplinas que abordam o tema: 'conservação da biodiversidade' ficou entre uma e duas (1 e 2) das cerca de 45 disciplinas que são necessárias para se formar um biólogo na UFPE.
Conclusão: da academia dificilmente sairão prefissionais qualificados para lidar com os crescentes de demandantes problemas ambientais do nosso planeta. No entanto, poderemos manter a fama de "latinos calientes", que muita receita nos gera pelo turismo internacional-sexual e ganhar um ou muitos mundiais de dominó. Enquanto isso no congresso.... tentam acabar com o código florestal e o Brasil não consegue se impor nas negociações globais sobre o clima para incluir florestas dentro dos mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL).
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Espelhos
Nossa própria história, da humanidade, pode ser contada em prosa.
Eduardo Galeano, no seu último livro "Espelhos, uma história quase univesal" faz um passeio sobre fatos e personagens conhecidos e menos conhecidos da nossa história de uma maneira especial.
O livro começa assim :
(tradução livre)
DE DESEJO SOMOS
A vida, sem nome, sem memória, estava só. Tinha mãos mas não a quem tocar. Tinha boca mas não tinha com quem falar. A vida era uma, e sendo uma era nenhuma.
Então o desejo disparou seu arco. E a flecha do desejo partiu a vida ao meio, e a vida foi duas.
As duas se encontraram e riram. Era gostoso se ver e se tocar também.
Eduardo Galeano, no seu último livro "Espelhos, uma história quase univesal" faz um passeio sobre fatos e personagens conhecidos e menos conhecidos da nossa história de uma maneira especial.
O livro começa assim :
(tradução livre)
DE DESEJO SOMOS
A vida, sem nome, sem memória, estava só. Tinha mãos mas não a quem tocar. Tinha boca mas não tinha com quem falar. A vida era uma, e sendo uma era nenhuma.
Então o desejo disparou seu arco. E a flecha do desejo partiu a vida ao meio, e a vida foi duas.
As duas se encontraram e riram. Era gostoso se ver e se tocar também.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
É hoje que não é.
Novo concurso, agora é para professor sub(pro)stituto de botânica criptogâmica (é quase um palavrão) na UFPE... Acho que nem quero passar!
Enquanto isso, vivo de bolsa numa espécie de pos-graduação em administração de ONGs. Vou reprovando tudo que é matéria, por sinal.
Situação laboral indefinida, bolsa em vez de salário mas, projetos persistentes.
Estou já chutando o pau da barraca! Vou-me embora para Roraima. Lá pelo menos é perto da Venezuela que tem um governo socialista-bolivariano e talvez estejam precisando de biólogos.
Calma, calma, calma...
Esse fim de semana vi um documentário sobre Amyr Klink. É legal ver um cara franzino falar de como atravessou a remo o Atlântico e como cicunavegou a Antártica mas, isso é pra outra postagem...
Enquanto isso, vivo de bolsa numa espécie de pos-graduação em administração de ONGs. Vou reprovando tudo que é matéria, por sinal.
Situação laboral indefinida, bolsa em vez de salário mas, projetos persistentes.
Estou já chutando o pau da barraca! Vou-me embora para Roraima. Lá pelo menos é perto da Venezuela que tem um governo socialista-bolivariano e talvez estejam precisando de biólogos.
Calma, calma, calma...
Esse fim de semana vi um documentário sobre Amyr Klink. É legal ver um cara franzino falar de como atravessou a remo o Atlântico e como cicunavegou a Antártica mas, isso é pra outra postagem...
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Ansiedades
Ontem foi uma noite interessante, me tornei consciente de algumas causas dessa coisa que aflinge a tanta gente a alimenta outras quantas. A ansiedade. Talvez um tratado esotérico e pseudo-intelectual fosse a fórmula adequada de transformar uma simples noite de reflexão em um livro de auto-ajuda e ganhar um dinherinho. Na falta de vocação para esse "business" eu escrevo algumas linhas num blog subexistente.
É nisso que dá, fumar unzinho às 10 da noite, com todos já adormecidos em casa. Deicei só uma luzinha ligada na cabeceira do sofá. Comecei vendo futebol na tv, o que não me entreteve po mais de 5 min. Desliguei aquela "caixa mágica" e fiquei pensando:
- Porque ela está cada vez maior, 14, 20, 29, 42 polegadas?
- Porque tem um lugar especial na sala? Porque os sofá está justo defronte dessa caixa?
Resolvida a questão, entendi que são os tempos, que a era moderna, que a alienação, que isso, que aquilo, blá, blá, blá. Que saco! Fui pensar em coisas mais práticas, por exemplo...
- Porque comprar um apartamento quando não tenho dinheiro nem pra pegar um ônibus?
Só de pensar na pergunta, me deu uma agonia. Televisão, apartamento... falta o que? Claro, trabalho. Comecei a pensar no trabalho e pimba! Encontrei uma coisa interessante para arriar a lombra. Comecei a preparar o debate sobre Darwin e a Evolução que traverei com meu estimado amigo Érico, hoje na Saraiva da "caverna". Isso me consumiu pelo menos 2 horas de leituras e anotações que me deixaram satisfeitos. gosto do que faço.
Mas faltava alguma coisa... Ah, claro, família. Isso completava a tríade da sociedade moderna: posses, trabalho e família. Pensei en Nina que hoje faz uma entrevista de emprego e em Chico que anda fascinado por seu novo herói, Bolt, o cachorro super-ação. Engraçado, não me vieram perguntas esquisitas sobre eles, nada profundo. Pensei nos dois dormindo... Legal.
É, quanto tempo se perde vendo tv, pensando-se em comprar apartamento quando não posso nem morrer. Comecei a observar meu comportamento de há alguns dias e é notória minha ansiedade com todas essas coisas rondando minha cabeça. Pensei em vários ditados populares e na verdade prática que eles contêm. Essa coisa de aproveitar a vida, de evitar a ansiedade, de buscar a paz, blá, blá, blá.
- Chega, de novo não.
Fui dormir.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Para Mario Benedetti
Te quiero
Mario Benedetti
Tus manos son mi caricia
mis acordes cotidianos
te quiero porque tus manos
trabajan por la justicia
si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos
tus ojos son mi conjuro
contra la mala jornada
te quiero por tu mirada
que mira y siembra futuro
tu boca que es tuya y mía
tu boca no se equivoca
te quiero porque tu boca
sabe gritar rebeldía
si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos
y por tu rostro sincero
y tu paso vagabundo
y tu llanto por el mundo
porque sos pueblo te quiero
y porque amor no es aureola
ni cándida moraleja
y porque somos pareja
que sabe que no está sola
te quiero en mi paraíso
es decir que en mi país
la gente viva feliz
aunque no tenga permiso
si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.
Mario Benedetti
Tus manos son mi caricia
mis acordes cotidianos
te quiero porque tus manos
trabajan por la justicia
si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos
tus ojos son mi conjuro
contra la mala jornada
te quiero por tu mirada
que mira y siembra futuro
tu boca que es tuya y mía
tu boca no se equivoca
te quiero porque tu boca
sabe gritar rebeldía
si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos
y por tu rostro sincero
y tu paso vagabundo
y tu llanto por el mundo
porque sos pueblo te quiero
y porque amor no es aureola
ni cándida moraleja
y porque somos pareja
que sabe que no está sola
te quiero en mi paraíso
es decir que en mi país
la gente viva feliz
aunque no tenga permiso
si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo
y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Espalhadas pelo ar
Enquanto não publico nada mirabolante nem mesmo algo chato nesse blog, vai um filminho interessante.
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