tag:blogger.com,1999:blog-64777000555528864882024-03-13T09:48:11.920-07:00Caaetédo tupi: mata verdadeira, floresta primitiva e legítima.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.comBlogger89125tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-53469244627655052642012-10-25T13:26:00.000-07:002012-10-25T13:26:35.940-07:00SingularAo final, o homem é só<br />
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Em singular idiossincrasia</div>
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Exclusiva particularidade</div>
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De um gênero monotípico</div>
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Filho único de Deus, e só.</div>
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<br /></div>
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Habitante solitário</div>
<div>
De um planeta perfeito</div>
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Do qual é único dono </div>
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Gerente e consumidor,</div>
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Déspota primeiro, e senhor.</div>
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<br /></div>
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Talvez por isso seja tão,</div>
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Diverso e diferente, de tudo</div>
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Preenchido por órgãos</div>
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De funções distintas e quentes</div>
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Ávido por mais que o mundo.</div>
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<br /></div>
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Um jogral ridículo e repetido</div>
<div>
Há tanto tempo quanto a vida</div>
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Vítima da cilada eterna que é a mente</div>
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Incompreensível é diferente</div>
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<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-43526412283657917782011-12-21T02:05:00.000-08:002011-12-21T02:05:30.143-08:00Tempo em final de tempoInsistindo na minha veia filosófica ou antropóloga fico pensando sobre porque somos tão afeitos aos ciclos, alguns deles não tão evidentes quanto a noite e o dia. O ano, por exemplo, é algo que sempre me pareceu difícil de entender. Anos com 365 dias, às vezes 366 divididos em 12 meses, alguns com 30 dias outros com 31, e ainda um mês esquizofrênico de 28 ou 29 dias. Desde criança me parecia algo pouco intuitivo, ainda que como criança, só me preocupava a mudança entre aulas e férias, que também não seguia um ritmo perfeito e balanceado (sempre mais aulas que férias me parecia injusto). Pois bem, hoje aos 33 anos fico cada vez mais averso aos ciclos que não entendo. Talvez meu aniversário ainda me pareça algo importante, pois apesar de ser contado através desses anos e meses malucos, sinto que fiz 29, 30, 31, 32, 33... É um ciclo mais palpável. Agora, essas tal festas de fim de ano são um verdadeiro pé-no-saco. Não vou gastar muitas palavras aqui comentando o consumismo e a cordialidade de "boas festas" porque isso já tá cheio por aí afora.<br />
<br />
Quando criança, gostava de Natal porque via meus primos, gostava de ano-novo porque ia à praia, geralmente acampando com minha mãe e irmã. Quando adolescente, era a justificativa para o porre de quem só podia beber com o consentimento dos pais nessas datas. Dia 25 de dezembro, por exemplo, ficava achando estranho que fazia um calor infernal em Recife e na TV e cinema era neve pra todo lado. Isso me frustrava, confesso. A mesma coisa acontecia no dia 1 de janeiro, quando tudo pareceria começar de novo, era na verdade uma continuação de ontem. Aos 33 anos, cada dia parece mais a continuação de outro, um moto contínuo.<br />
<br />
E porque danado pensamos tanto em ciclos? Deve ser uma função adaptativa selecionada por milênios de evolução da mente. As culturas que contavam tempo, em seus diverso níveis, compreendiam melhor a natureza e tinham mais sucesso (se reproduziam mais). Trazemos isso até hoje. Se eu morasse numa tribo Amazônica talvez pensasse que o ano acabava depois da cheia dos rios. Faria todo o sentido. Se fosse cristão, talvez achasse algum sentido num calendário baseado na minha religião e desejasse feliz natal. Se fosse judeu, estaria reclamando de tanto feriado porque pra mim já se iriam alguns 5 mil anos e nem seria dezembro. Quais os ciclos da minha vida então? Carnaval marca um deles, sério, e aniversário ainda tem algum sentido. O resto é moto contínuo... dia após noite, ou seria o contrário? Mudanças não se dão assim, de um dia para outro, ainda que desejássemos. E desejamos, ora. Como se no dia 1, pimba, deixei meus vícios, minhas virtudes se engrandeceram, meus defeitos estão no passado dia 31. No fundo todos sabemos que não é assim, mas ainda repetimos esse ritual inútil a cada ano, como para não esquecer da esperança de mudança súbita. É o simulacro da redenção, do dia da salvação... O desejo profundo que tudo se transforme de pronto.<br />
Esse texto é um horroroso ensaio matinal de filosofia barata.<br />
<br />
Tudo leva tempo... precisa tempo...Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-31830434884433043542011-12-20T01:50:00.000-08:002011-12-20T01:50:45.086-08:00BichoO ataque preciso me encontra indefeso<br />
Sem tempo para reações pensadas, viro bicho<br />
Que em defesa fere, sem intenção mais que ferir<br />
Num espasmo de ancestralidade, broto do chão<br />
Numa velocidade que nem sei, furando, rasgando.<br />
Até que retorno ao meu útero próprio<br />
Emaranhado em água e sangue e tripas<br />
Ali me escondo entre raízes finas<br />
Minha toca oculta, proteção primitiva<br />
Esconderijo eterno dos monstros que me habitam.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-49437190133238402972011-11-22T11:01:00.000-08:002011-11-22T11:47:10.320-08:00Conservar ou desenvolver? Eis a falsa questão que domina os debates sobre Belo Monte.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-CDQhw93xfCfFHXBNBkKLHZZduNIu-z5KQWLS0NG23jF8knO9bvIV3n_DsUbwkqabVRFhUoC0y5-WaczMq8uLSJ6jThIPV7HfPzozF3xbQG8GKbsGgQ3vfsrcJzB2E_t9h5Og_BrImnkg/s1600/maniqueismo_feminino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-CDQhw93xfCfFHXBNBkKLHZZduNIu-z5KQWLS0NG23jF8knO9bvIV3n_DsUbwkqabVRFhUoC0y5-WaczMq8uLSJ6jThIPV7HfPzozF3xbQG8GKbsGgQ3vfsrcJzB2E_t9h5Og_BrImnkg/s320/maniqueismo_feminino.jpg" width="320" /></a></div><br />
É sempre salutar um bom debate sobre o desenvolvimento de um país, sobretudo se esse país é o Brasil. Não por ser meu lar, mas porque aqui no Brasil os debates públicos costumam receber uma boa "mão de tinta" da imprensa conservadora que se esforça para definir de maneira maniqueísta os <i>dois lados</i> do debate. Pois bem, quando esse debate envolve questões ambientais que estão em conflito aparente com o desenvolvimento os argumentos quase sempre são impressionantemente equivocados.<br />
<br />
Assim como a maioria dos debates ambientais, a argumentação acerca de Belo Monte divide opiniões entre: ambientalistas e desenvolvimentistas pois assim fica fácil polarizar e ventilar o debate. Os argumentos ambientalistas quase sempre são em favor da sacralidade da natureza, inclua-se aí os Índios, que têm sido usados como bode expiatório para dar base de apoio àqueles que são contra a construção dessa UHE. Pergunto-me porque os ativistas de internet tão preocupados com os Índios não fizeram abaixo-assinado pela criação da Raposa-Terra do Sol. O sagrado contido na nossa visão da natureza, não dá pra negar, é um valor arraigado em nossa sociedade. Ninguém em sã consciência defende que se trate a natureza com desdém, como ninguém advoga pelo desenvolvimento predatório. Construir um monstro gerador de energia elétrica na volta grande do Xingu num lugar chamado Belo Monte só pode ser portanto alguma artimanha dos demônios que obsessivamente ocupam os corpos dos nossos políticos e querem acabar com a "obra divina" da natureza. Ainda mais se nesse pedaço de natureza existem Índios, afinal eles são pessoas como todos os ativistas do facebook cujos copos de indignação já estão esborrando por mais essa gota d'água. Desta forma, o argumento anti-UHE Belo Monte ganha ares humanitários, qualidade que obviamente todos queremos (ou queremos ter). Quando um discurso assim, recebe uma conta monetária que será paga por empréstimos do BNDES então atinge a indignação, que por definição precisa ter alvo e esse é o governo. Dessa forma um discurso supostamente ambientalista (que é do bem, claro) ganha ares humanitários e de responsabilidade com o dinheiro público. Perfeito, imbatível, quem ousa ser contra?<br />
<br />
Do lado desenvolvimentista, os argumentos giram em torno do tecnicismo e importância social. Pode-se recorrer à inúmeras estatísticas e fatos que advogam pela necessidade e viabilidade técnica da UHE Belo Monte. Sua eficiência altíssima (sim, porque é realmente altíssima a geração de MW/h pelo tamanho do lago), a necessidade energética do país que cresce acima da média do mundo (<a href="https://ben.epe.gov.br/">https://ben.epe.gov.br/</a>) e isso não é exclusividade do Brasil, mas dos BRICS como um todo. Dá pra ser diferente? Não mesmo, porque para se ter emprego, dinheiro, economia moendo (leia-se coisas sendo fabricadas e gente comprando essas coisas) precisamos de energia em abundância e barata, o governo sabe disso. Agora, aqueles que defendem a UHE Belo Monte se excedem ridiculamente no maniqueísmo neoimperialista, sugerindo que toda a campanha contra a UHE Belo Monte é uma artimanha também de demônios incorporados em ambientalistas internacionais e ONGs que manipulam os bem intencionados artistas globais e seus telespectadores inocentes.<br />
<br />
Assim se repete cada debate no Brasil, como as questões relativas ao aborto, legalização das drogas, ocupação da reitoria da USP, etc, etc, etc. São debates que giram em torno de argumentos como má intenção, catástrofe, cinismo e por aí vai. É sempre o bem contra o mal, sem as verdades de cada lado.<br />
<br />
A UHE Belo Monte é uma realidade distante de mim e da maioria dos brasileiros que estão facebookianamente engajados na luta contra essa obra. Mas um ponto crucial precisa ser posto na mesa e tem talvez sido deliberadamente evitado por ambas partes<i>. </i>Precisamos planejar nosso território, sua ocupação, sua conservação e seu uso e exploração. A Amazônia é talvez a única região do Brasil onde nossas experiências de ocupação e uso do território ainda possam ser planejadas desde o início (excluindo-se os quase 25% já perdidos para o desenvolvimento predatório, por falta de ativistas facebookianos, certamente), porque no restante do nosso território já cometemos todos os erros que podíamos, e até nos excedemos. Basta ver nossas cidades, a Mata Atlântica reduzida a míseros 11%, fragmentados e sob constante ameaça, a Caatinga e seus homens e mulheres, abandonados à própria sorte e desertificação. O Cerrado já virou, quase todo, um grande campo de soja, que alimenta os porcos da China (cujo rebanho aumenta fortemente) mas mantém nossa balança comercial no verde. O novo código florestal não ganhou tanta repercussão, apesar de influenciar de maneira infinitamente maior o nosso futuro como país. Será porque os artistas globais e ativistas de internet não entendem os porquês? Não há informação disponível sobre isso? Sim, há, inclusive artistas gostosas e galãs de malhação estão engajados (<a href="http://www.florestafazadiferenca.com.br/home/">http://www.florestafazadiferenca.com.br/home/</a>). Até a globo está engajada, na alteração do código claro. Inclusive está fazendo uma série de reportagens sobre o assunto no JN essa semana. A primeira já falou que o código atual precisa de mudanças porque é velho. Pois é, a proibição da maconha também é velha, mas ninguém usa esses argumentos.<br />
<br />
E para não parecer que estou "encima do muro", sou a favor da construção da UHE Belo Monte, porque acho que ela pode ser um exemplo de como o desenvolvimento pode ser conciliado com a o sentimento de sacralidade da natureza. Será um desafio para nossa sociedade e ciência, construir uma usina que tem uma das menores razões km²/MW gerado, apenas 0,05. Fazê-lo respeitando todas as condicionantes ambientais e sociais e finalmente servir como exemplo de UHE na Amazônia, diferente do desastre que é a UHE de Balbina no Amazonas.<br />
<br />
Desenvolvimento sustentável, além das definições, é uma utopia em construção que precisa de debate sério e sem maniqueísmos. Precisamos pensar nosso território para que nele se abriguem plantas, bichos (incluindo a nós, bichos pensantes), todas as formas do sagrado mas também commodities. Precisamos transcender a falsa oposição entre desenvolvimento e conservação de qualquer forma, pois a população cresce, as economias crescem (apesar de crises), a pegada ecológica dos seres humanas também cresce, bem como as taxas de extinção, a área desmatada, o consumo enfim. Vamos ter que nos deparar com esses problemas cedo ou tarde e as condicionantes ambientais permearão em breve todas as atividades humanas, sem exceção e não será por respeito à sagrada natureza nem à imagem de bons selvagens dos Índios do Brasil. Espero poder viver para ver nossa sociedade com um nível de maturidade digno de sua diversidade e beleza.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-48845450281582544282011-10-12T08:21:00.000-07:002011-10-12T08:21:31.379-07:00automedicaçãoAs palavras sempre foram para mim atrativas e agora as descubro terapêuticas. E tenho meus métodos de automedicação via palavras.<div>Minha auto-anamnese é enfrentar o branco da página vazia com o obscuro da mente. Dessa batalha emergem causas e motivos de porque escrever. A prescrição é quase sempre a mesma: um encontro solitário entre eu e eu mesmo mediado pelas revoltas palavras. E assim, ao escrever meio sem tempo, meio sem saco, quase sem vontade... borro o branco da página e dissipo a escuridão da mente.</div><div><br />
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</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMkColhz27Qtf9xfn8HCb7sNcUsuZrKkWCBy8xzltWQkZBshyphenhyphenPGxZjjTrxTHWepwLuSnMXX5xFaf8EUhqcdK7NKbvWmJiAx-lWE4X0rzdW3-iyAYmQ4Ri1zUixmfO3tRuaJHyABl9YgFp5/s1600/%252527City_of_Words%252527%25252C_lithograph_by_Vito_Acconci%25252C_1999.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMkColhz27Qtf9xfn8HCb7sNcUsuZrKkWCBy8xzltWQkZBshyphenhyphenPGxZjjTrxTHWepwLuSnMXX5xFaf8EUhqcdK7NKbvWmJiAx-lWE4X0rzdW3-iyAYmQ4Ri1zUixmfO3tRuaJHyABl9YgFp5/s320/%252527City_of_Words%252527%25252C_lithograph_by_Vito_Acconci%25252C_1999.jpg" width="262" /></a></div>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-84162730952838404262011-09-19T18:58:00.000-07:002011-09-19T18:58:57.715-07:00JogralEscutar é aceitar, é passivo<br />
Calar-se é violar, contra o ímpeto<br />
Falar é atirar, é preciso<br />
Amar é arriscar, é definitivo.<br />
<br />
Ei de escutar, definitivo<br />
Calar-me, passivo<br />
Falar, contra o ímpeto<br />
De amar, preciso.<br />
<br />
Impetuosamente, calarei<br />
Passivo, falarei<br />
Em definitivo, escutarei<br />
Precisamente amarei.<br />
<br />
Defino, desejo, futuro.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-45726314406770008852011-09-14T14:25:00.000-07:002011-09-14T14:25:16.070-07:00Projetos de vida e suas reminiscêcnias As reminiscências do passado quase sempre tornam o presente cheio de ruídos que de tão constantes e chatos a gente termina esquecendo deles (assim com barulho de trânsito). É como aquela "mosquinha" da vista... está sempre lá mas esquecemos dela. Pois bem, sinto que cada projeto de vida que fiz no passado deixou uma interferência no meu presente que vez por outra me dou conta. Mas como quase todos os projetos, eles tem começo, meio e fim. Na academia sabemos, tanto os que escrevem quanto os que avaliam, que projetos são projeções que na melhor das hipóteses se realiza em parte. Assim são os projetos de vida que pensamos e que com sorte realizamos em parte e conseguimos ser uma sombra daquilo que projetávamos. O que sobra do não realizado se torna uma saudade do que não foi ou uma frustração danada, que permanece, e disso não podemos fugir. Vira ruído, mosquinha, interferência (como aquelas de televisão).<br />
Ajudar a gente a lidar com essas coisas é geralmente o ganha-pão dos terapeutas, pois eles são especialistas em nos mostrar que esses ruídos existem quando a gente já tinha se esquecido deles ou acostumado com eles. Sem traumas e frustrações com pai, mãe, infância... terapia seria tão inútil quanto os atacantes do Santa Cruz. Sem os resquícios de projetos inconclusos de vida a zumbir em nossa mente, pra quê procurar uma terapia e ficar falando do passado.<br />
Devíamos aprender a fazer projetos como nos ensinam, ou aprendemos a pulso na pós-ggraduação. Projetos têm que ser factíveis, com começo, meio e fim, mas sobretudo devem servir de base para pavimentar grandes idéias que amadurecem depois de anos. Ah, se fosse assim tão fácil para a vida! Outra característica fundamental para projetos de vida deveria ser que eles devem ser curtos pois como diria algum amigo meu: "não há Prozac que dure mais de dois anos". Isso permite que novos projetos sejam desenhados à partir dos acertos e erros dos anteriores. Mas claro, a vida não é uma equação exata assim, um modelo de gestão para a vida não serve de porra nenhuma. Mas uma coisa é certa, os ruídos, zumbidos e interferências podem ser minimizados se aceitamos que a validade dos projetos de vida também é finita.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ifgt7mj2TrAx8vGBR5FcfNovBUs15yIJC04l429ueanvupGSmybJRPKJQmaBP4SyR95TVnoLhzYf-i8bev4DKYdLinH1D2ptPTE_3PNixLed3Glv2ioP4m-Ki5-nLd0aDVgbTDyYyVY/s1600/mafalda_pensando.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0ifgt7mj2TrAx8vGBR5FcfNovBUs15yIJC04l429ueanvupGSmybJRPKJQmaBP4SyR95TVnoLhzYf-i8bev4DKYdLinH1D2ptPTE_3PNixLed3Glv2ioP4m-Ki5-nLd0aDVgbTDyYyVY/s320/mafalda_pensando.jpg" width="253" /></a></div> Porque carambolas devo seguir com escolhas que fiz há anos e que já nem sei se quero seguir com elas? Porque não me permito abandonar projetos fracassados de vida, tão comuns quando contabilizamos nosso tempo pretérito? Admitir uma derrota própria, íntima pode se tornar mais ruído, mas também pode finalmente e de uma vez por todas acabar com reminiscências anacrônicas que já não servem para nada. Já não fui aquele que pensei que seria quando tinha 8, 14, 18, 25, talvez até 30 anos (tenho 32). Mas deveria?<br />
<br />
Projeto de longa duração, inacabado eternamente, isso sim.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-66170313433769043502011-04-20T10:39:00.000-07:002011-04-20T10:39:59.059-07:00Sobre a não aceitação da condição de civilização tropical<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.abril.com.br/imagem/nevasca-doisnaruag.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="215" src="http://www.abril.com.br/imagem/nevasca-doisnaruag.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://tonigumauskas.files.wordpress.com/2010/09/marginal-do-tiete-abaixo-da-ponte-atilio-fontana-totalmente-interditada-por-causa-do-alagamento.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="http://tonigumauskas.files.wordpress.com/2010/09/marginal-do-tiete-abaixo-da-ponte-atilio-fontana-totalmente-interditada-por-causa-do-alagamento.jpg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
Quando em Nova Iorque, neva muito (e lá pode nevar muito mesmo), cancelam as aulas, fecham os comércios e é recomendado a todos que fiquem em casa. Porque? Bom, há vários motivos, entre eles: reduzir o trânsito pois as crianças deixam de ir à escola e seus pais e conduções já não tem que estar rodando por aí. Mas também tem um fator econômico, pois sai muito caro para a cidade os engarrafamentos, acidentes, doentes por pneumonia, etc. Então as prefeituras ou governos de estados dão o tal toque de recolher, e todo o mundo pode dispensar trabalho, escola, compromisso etc, e as ruas ficam livres para que só saiam de casa, realmente aqueles que precisam por motivos de saúde ou desejam fazê-lo para o lazer (há lazer na neve). Fato é que ninguém fica se queixando de governos e até gostam quando isso acontece, é um dia de folga extra. Ah, eles de fato utilizam o serviço meteorológico e prevêem quando vai cair uma grande nevasca, atencipando as medidas preventivas. O detalhe mais importante disso tudo é que todos: governos, população e mídia, entendem que isso é uma contingência ambiental e que não há alternativas possíveis. Aceitam portanto sua condição de clima frio com nevascas e todo o demais.<br />
<br />
Aqui no Brasil é diferente. Pra começar o serviço meteorológico só serve para ilustrar mapas que as apresentadoras gostosas manipulam com muita desenvoltura e charme. Logo, nossa sociedade não aceita que o trabalho, as aulas e o comércio sejam parados por chuvas. Deve ser porque chuva é coisa de terceiro mundo, se fosse neve... Nossos governos não têm capacidade de antecipação diante de iminência de fortes chuvas previstas pelo serviço meteorológico, afinal esse só serve para as gostosas dos telejornais. Cidades como o Recife, têm infinitos problemas de urbanização e saneamento e as pessoas geralmente os culpam pelas inundações. Elas tem razão até certo ponto, mas não de todo. O asfaltamento de todas as ruas do Recife, o que seria percebido como urbanização, na verdade pode até agravar a situação de alagamentos, pois tornaria cidade mais impermeável à água que correria por cima do asfalto.<br />
<br />
A queixa maior no entanto é sobre a "paralização" da cidade. Epa, da cidade não, do trânsito. E isso é em grande parte culpa da grande quantidade de carros circulando, a maioria deles com um, duas pessoas. Já imaginaram como seria um sistema de transporte coletivo eficiente? sobre trilhos, ou até sobre rodas mas em corredores exclusivos? Quem anda pela Av. Caxangá em dias assim se sente feliz por estar num ônibus. Mas ônibus é coisa de pobre, vixe.<br />
<br />
Pois bem, nós aqui no Recife, não queremos entender que vivemos num clima tropical onde chove mais de 2000 mm/ano e que pode acontecer de cair mais de uma centena desses milímetros em dias, horas. Essa é a nossa contingência ambiental, que deveria ser prevista e tomadas as medidas preventidas, a melhor e mais barata delas, cancelar as aulas, dar ponto facultativo nas empresas e comércios e ficar em casa, vendo a chuva cair, feito índio em dia de chuva, dentro da maloca, conversando, comendo e pensando na vida. Sair só se for pra brincar na chuva.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSEFNPXEJJBHsGdVa0pi6vzbiwyjr1pxCojfNsPUeGKvcEI7kUXI9q4zK0rYMCaQ8tSxfl6z9PscMU-8baEl00oIP1mf7b1D21TyR_XjzvTuSAiQHfMtPGtzLG_N1sYbVbb85Hv5J-c6Q/s1600/a006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSEFNPXEJJBHsGdVa0pi6vzbiwyjr1pxCojfNsPUeGKvcEI7kUXI9q4zK0rYMCaQ8tSxfl6z9PscMU-8baEl00oIP1mf7b1D21TyR_XjzvTuSAiQHfMtPGtzLG_N1sYbVbb85Hv5J-c6Q/s400/a006.jpg" width="270" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-14645897222343486062011-01-25T05:01:00.001-08:002011-01-25T15:20:21.960-08:00Fabricando Felipe – parte 1: Anamnese<span xmlns=""></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr7yTuxAlh_h1zNngKUIbWib3OoTHKpOMv7r3rFOP5FnM-9nmCPtqQip8PwJxcKUqSqMpltv21U2dKMwzfJquO9cFTlJWdilVTh3T8x4SN7SrN8YbFVvJZ9NpHdtB2-xilRZe_nSJOgBZU/s1600/self-analysis-1986.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr7yTuxAlh_h1zNngKUIbWib3OoTHKpOMv7r3rFOP5FnM-9nmCPtqQip8PwJxcKUqSqMpltv21U2dKMwzfJquO9cFTlJWdilVTh3T8x4SN7SrN8YbFVvJZ9NpHdtB2-xilRZe_nSJOgBZU/s320/self-analysis-1986.jpg" width="314" /></a></div><span xmlns=""><br />
</span><br />
<span xmlns="">- Fuma? <br />
</span><br />
<span xmlns="">- Sim, mas pouco. Durante a semana, uns 4 ou 5 cigarros ao dia, eventualmente quando bebo aí eu dou umas fumadas boas.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Ah, então você bebe? Com que frequência? </span><br />
<span xmlns="">- Socialmente.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Defina socialmente.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Porra, socialmente, como dizem por aí. Fim de semana, e tal... socialmente, sei lá.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Sedentário? </span><br />
<span xmlns="">- Nem tanto, ando de bicicleta, busco meu filho na escola caminhando... dá uns 45 minutos ao todo. É sou sedentário.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Pratica algum esporte?<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Já disse, ciclismo, levantamento de copo e arremesso de bituca de cigarro. Ah, sou buscador de filho na escola também, isso conta?<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Não.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Tá.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Peso e altura...<br />
</span><br />
<span xmlns="">- 1,88 m e 96 Kg, ou seja, IMC de 27 = sobrepeso.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Tem uma vida tranquila ou estressada?<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Vejamos... Tenho alunos que orientar, dinheiro que conseguir para a pesquisa, direção de uma ONG, contas que pagar, um cachorro que estressa minha mulher, sou síndico do meu prédio e sou cliente da OI. É, considero minha vida um pouco estressante.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Consome drogas ilícitas?<br />
</span><br />
<span xmlns="">- .......<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Glicemia em jejum = 90mg/dl; Colesterol total 244mg/dl... É o açúcar está ok, mas esse colesterol...<br />
</span><br />
<span xmlns="">- É eu exagero nos tira-gostos de bar, <em>mea culpa</em>.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- O que mais? Conte tudo, não esconda nada.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Tá bom, eu confesso. Eu também sinto desejos consumistas, às vezes quero comprar algo tão inútil quanto uma caixa de ferramentas, aliás, comprei uma caixa de ferramenta no último sábado numa grande loja atacadista. Pior, a caixa é provavelmente feita na China com mão de obra semi-escrava e viajou de cargueiro até aqui, contaminando o ambiente e fudendo quem sabe quanta coisa mais. Ah, também tenho ar-condicionado e penso, penso somente, em comprar um carro.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Mas isso é bom, não vê televisão? O consumo é a redenção do homem!<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Ah, é? Ufa.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Pois é, começaremos por aí.<br />
</span><br />
<span xmlns="">- Maldita consciência!<br />
</span><br />
<span xmlns="">Continua...</span>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-30173449535818792912011-01-22T04:40:00.000-08:002011-01-22T04:40:02.641-08:00Caminante<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.wallpapergate.com/data/media/1500/m_c_escher.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://www.wallpapergate.com/data/media/1500/m_c_escher.jpg" width="320" /></a></div><br />
Traigo mi mochila como un fardo incomodo<br />
Es porque aún no distingo lo necesario del estorvo<br />
El cuerpo sufre si la mente no está en el mando<br />
Y busca redención en el placer efímero<br />
<br />
La madurez no llega, pero imprime su huella<br />
En el sendero que busco al azar del sueño.<br />
Algo me incomoda. Son los recuerdos<br />
Bellos, malos, importantes... todos inútiles<br />
<br />
Ligereza para buscar, equivocarme y volver<br />
Sin recuerdos, sin equipaje más que el deseo y un perro<br />
Caminar es el fin y se va más lejos con poco<br />
Un poco de todo para no faltar nada de nadaFelipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-91398069335086468072011-01-20T02:37:00.000-08:002011-01-20T02:37:43.308-08:00Migração<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiyzceVIhzKFOTWds3zNpe5GKiPdXZ51DYTIj31rL_tmyGm9tgpw1mBFdsrB5A9PYryr4pBbZfHMjC-cxX6_AG6IURWiL2DmjHPnWCnQ7g7gq3C20VJ7xtnGsDGFgjOCJMfF2vrNza2ZI/s1600/logomigrante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiyzceVIhzKFOTWds3zNpe5GKiPdXZ51DYTIj31rL_tmyGm9tgpw1mBFdsrB5A9PYryr4pBbZfHMjC-cxX6_AG6IURWiL2DmjHPnWCnQ7g7gq3C20VJ7xtnGsDGFgjOCJMfF2vrNza2ZI/s320/logomigrante.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx67ccv3hWUa2KYxfB-gCmgERPQyHhmbAVKZQxiuFOhQhzUMYdhNk-isLOiWNhse-AgI7la2X96ct5mLltN9cZG1GrkaX22W8uPuTAHETfQoffVNpd1vIwroaMOWXHNGiLynuUIQs_98E/s1600/Inmigration-graphic-humor-4103466-450-407.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="289" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx67ccv3hWUa2KYxfB-gCmgERPQyHhmbAVKZQxiuFOhQhzUMYdhNk-isLOiWNhse-AgI7la2X96ct5mLltN9cZG1GrkaX22W8uPuTAHETfQoffVNpd1vIwroaMOWXHNGiLynuUIQs_98E/s320/Inmigration-graphic-humor-4103466-450-407.gif" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Ontem, voltei a ter contato com tema da migração humana, desta vez dramatizado por uma cubana na peça “No vayas a llorar”. Lembrei que tinha esquecido este fenômeno que ano a ano empurra milhões de pessoas para terras alheias. Talvez porque no Brasil esse tema não seja parte de nosso cotidiano, e a única imagem de imigrante que conseguimos estereotipar foi a do nordestino que vai pro sul e cuja saga se conta em prosa e verso e canções e romances. Lembrei que morei no México, um país, cuja economia depende em boa parte das remessas de dinheiro dos que foram “pa’l norte” para “el otro lado”. Pensei que toda pessoa que conheci no México e a quem tive curiosidade de perguntar se possuíam algum parente nos EEUU, me respondeu positivamente. Pois bem, esse é o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">holotipo</i> de imigrante, aquele que sai de seu lugar em busca de uma vida melhor. Mas porque o homem migra? Desde quando se migra? Respondo, desde que nossos ancestrais ainda nem falavam, nem conheciam o fogo. Mesmo depois que ficamos sabidos e começamos a matar os nossos irmãos, continuamos migrando, colonizamos o mundo em seus quatro cantos. Ainda assim migramos e nem sempre por sobrevivência, mas por aventura, por amor, por sabedoria por angústia, por perseguição, que mais? Tudo o mais. Qualquer motivo é legítimo para se emigrar, mas os estados nacionais não aceitam qualquer motivo, qualquer estória de amor, qualquer desejo, e persegue os imigrantes. Uma reflexão mais profunda sobre esse fenômeno de massa e generalizado no mundo me diz que é algo sério, que vai mexer com as soberanias como um todo, política, cultural, econômica, etc. O homem vai continuar a se lançar ao mar e ao ar, a saltar muros e grades, a caminhar longas distâncias, porque parece que nossa natureza é migrar. </div>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-67486956292215239632011-01-13T02:23:00.000-08:002011-01-13T02:32:47.518-08:00O tribunal das chuvas e o suicídio coletivo de baleias<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFQLbt0YZ0s9dbnjXudmA1UZSOOa6fG7TKHdGpPvd7xNbPvxvznj8H1y0a2WhbWiJ76_6cHpc0raBasGt1R9l0QnvomXmuIyxf-QXa46RdG6LEK4ZJbuz34FsunBcPR2meXHX2A4Wpdec/s1600/35373-970x600-1.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFQLbt0YZ0s9dbnjXudmA1UZSOOa6fG7TKHdGpPvd7xNbPvxvznj8H1y0a2WhbWiJ76_6cHpc0raBasGt1R9l0QnvomXmuIyxf-QXa46RdG6LEK4ZJbuz34FsunBcPR2meXHX2A4Wpdec/s320/35373-970x600-1.jpeg" width="320" /></a></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgak9qA1D2460-xm4jYEuz7te9rgWig0Jwpw7ZiheAijB0VYPWVpPEox3K0Ji8rbLSjdrNzns6MtdcTpOIdi1ccgg9mWgayurRmkUg8FSVKhAa1DRzzXit8oK8NchzYrjyHNzYMNSKv04E/s1600/baleias.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgak9qA1D2460-xm4jYEuz7te9rgWig0Jwpw7ZiheAijB0VYPWVpPEox3K0Ji8rbLSjdrNzns6MtdcTpOIdi1ccgg9mWgayurRmkUg8FSVKhAa1DRzzXit8oK8NchzYrjyHNzYMNSKv04E/s320/baleias.jpg" width="320" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Por causa da chuva morreram mais de 270 pessoas no estado do Rio Janeiro ontem. São Paulo está debaixo d’água há dias e como num <i style="mso-bidi-font-style: normal;">dejavú </i>o filme do caos se projeta diante da nação brasileira, novamente. Numa reação bastante humana, procuram-se culpados por tal tragédia e logo encontram. São as chuvas, claro, que impressionantemente caíram na quantidade esperada para um mês em apenas 24 horas, isso encharcou a terra, cedeu o terreno e no meio de caminho que a lama tomou havia casas. Tudo isso bem documentado, demonstrado e provado através de moças bonitas que explicam o “fenômeno” meteorológico munidas de animações computadorizadas na televisão. Calamidade, tragédia, ninguém pode com a natureza que oficialmente agora é ré nesse processo, acusada de ter chovido demais em lugares pouco apropriados. Mas esse crime teve co-autores e só pôde acontecer com a omissão consentida dos governos (em todos os níveis). Não é preciso ter estudado muita geologia para saber que os lugares de risco são aqueles nas encostas íngremes, quase sempre sem vegetação, mas também com esta. Em sua defesa, pois este réu pode se defender, se decreta estado de calamidade pública e se instala gabinete especial de tragédia (qualquer semelhança com Pernambuco não é mera coincidência). Sua principal defesa é culpar a prática histórica de omissão dos governos anteriores e sugerir outro culpado, o povo, que ocupa irregularmente os locais de risco. Então temos outro réu, que é ao mesmo tempo a vítima. Mas nunca houve política habitacional no Brasil e planejamento urbano é palavrão de acadêmicos. Antigamente a prática comum era culpar a natureza, mas agora essa tem álibis, são eles: o aquecimento global, o assoreamento dos rios, o desmatamento e ocupação das áreas de preservação permanente como encostas e beiras de rio. Portanto, nesse processo ninguém pode ser culpado e talvez por isso a cada ano a tragédia se repita e cada vez mais se pareça com um suicídio coletivo, como aqueles praticados por espécies de baleias que encalham voluntariamente nas praias até morrerem. Em tempo, vale lembrar que o Recife há anos sofria muito com deslizamentos e a cada inverno nosso as mortes eram certas. Aqui, foi feito parte da tarefa de casa e foram mapeadas as áreas de risco e medidas preventivas reduziram a quase zero as mortes por deslizamentos em nossa capital.</div>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-35601640502086452972011-01-12T02:17:00.001-08:002011-01-12T02:17:56.398-08:00Mau-humor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4oh7tJRG4Nfq3K4Uz_2mXjLMifhvNRNN3ik2VO6SrxfL6KKa-gLiuqq-XefKircbUC-2LvUgsaZ4ORZxBT8dxxX_0qS8HPG7GPfdXLhaDOJT94aWnt7UMIFqnKBbiXGftxO7STIvbug8/s1600/mauhumor1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4oh7tJRG4Nfq3K4Uz_2mXjLMifhvNRNN3ik2VO6SrxfL6KKa-gLiuqq-XefKircbUC-2LvUgsaZ4ORZxBT8dxxX_0qS8HPG7GPfdXLhaDOJT94aWnt7UMIFqnKBbiXGftxO7STIvbug8/s320/mauhumor1.jpg" width="214" /></a></div><br />
<br />
Acordar de mal-humor é uma maravilha.<br />
Ninguém te olha nem te cumprimenta<br />
Nem os passarinhos te cantam<br />
Só escutas um chiado lá dentro<br />
Som de pavio queimando<br />
Buuuuummmmm!Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-33423401947709744442011-01-11T18:01:00.001-08:002011-01-11T18:01:15.646-08:00O que fazer?<div class="MsoNormal">Mente gira mundo</div><div class="MsoNormal">Desordem é regra</div><div class="MsoNormal">Caos não-criativo, obsessão.</div><div class="MsoNormal">A atmosfera é pesada</div><div class="MsoNormal">Golpeia com dores, sonos e insones</div><div class="MsoNormal">Um pássaro insiste num chamado</div><div class="MsoNormal">E várias vezes é mandado calar.</div><div class="MsoNormal">Nada se escuta, nada se vê</div><div class="MsoNormal">Tudo se evita, o toque, a vida.</div><div class="MsoNormal">Nada ainda é...</div>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-88210740564784842162010-12-04T01:18:00.000-08:002011-01-11T17:27:50.964-08:00Sobre crianças, família e cachorrosFiz um trela grande. Trouxe um cachorrinho pra casa, mesmo sabendo que Marina não queria. Resultado: terei que devolvê-lo. Estou me sentindo como criança, que impulsivamente quer as coisas e se frustra quando não as tem. Mesmo sabendo que ela ia ficar brava, achei que por fim, se derreteria pelo animalzinho. Qual o que?<br />Logo mais sairei rumo à Chã de Cruz devolver o cachorro, como criança flagrada pela mãe em pleno ato de traquinagem e é obrigada a devolver aquele doce obsessivamente desejado roubado do pirralho filho da vzinha e ainda pedir desculpas ao dono. É lição dada.<br />Mas a criança aqui de 32 anos, tá frustrada, não tem jeito. Queria um cachorro. Tem coisas que não dá pra ser, uma delas é criança aos 32, pois queria espernear e fazer um escândalo pra ficar com esse cachorro. Ouvir que não se responsabilizarão por ele, que eu o cuide, que se ele comer o pé da mesa ou mijar no sofá é fim de casamento, etc... mas ficar com ele. Como não poderei, queria por última vez chorar amuado por não ter o que desejo. Queria trocar de corpo com meu filho de 5 anos e chorar até soluçar...Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-48176182165652417602010-07-24T03:48:00.000-07:002011-01-11T17:27:50.976-08:00Não deu certo a migração... continuo com mesmo endereço antigoJá diz tudo. Ainda sou meio analfa pra fazer um migração decente. Fica tudo com estava!Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-7254119521357268562010-07-16T06:54:00.000-07:002011-01-11T17:27:50.989-08:00Novo endereço do Blog MirabolânciasAbandono o endereço antigo http://laspalabrasrotas.blogspot.com que trazia toda a influencia de minha morada no México, quando criei o blog.<br /><br />Até blog muda de endereço, mas como os computadores fazem arte e ganham dinheiro, não seriam tão bobos a ponto de esculhambar a vida de um blogueiro. Qualquer click no endereço antigo redireciona para o atual http://biomirabolancias.blogspot.com<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.eliteazulebranca.com.br/wp-content/uploads/2009/10/mudanca11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="214" src="http://www.eliteazulebranca.com.br/wp-content/uploads/2009/10/mudanca11.jpg" width="320" /></a></div>Foto: Caminhão de mudança do blog.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-25788366092299296002009-12-07T01:40:00.000-08:002011-01-11T17:27:51.010-08:00Inventário parcial de meus pequenos prazeres<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://cvc.cervantes.es/actcult/clarin/vetusta/simbolos/imagenes/400/cafe_y_puro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="http://cvc.cervantes.es/actcult/clarin/vetusta/simbolos/imagenes/400/cafe_y_puro.jpg" width="320" /></a><br /></div><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Prazer em acordar cedo</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Em dormir cedo e cansado</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Prazer de abraçar minha mulher</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">E beijar meu filho</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Em fazer nada</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">E não me culpar por isso</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Minha paixão por vícios</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Tomar café preto</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Comer salgadinho de queijo</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Fumar um cigarro tranquilo</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">E coçar a barba se penso</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Em escrever o que vejo</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Morar num bairro que tem gente</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Observar o caos vivo de</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Quem bebe na esquina</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Quem fia na venda </span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Quem pega ônibus e</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Anda de bicicleta</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">De ser biólogo, não hippie</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">E, passear trabalhando</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">E trabalhar sonhando</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Em mudar o mundo</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Ainda que saiba que</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Tudo muda, no seu tempo. </span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Em ser tricolor, santacruzense</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Jogar bola (ainda que esporadicamente)</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Dançar como louco</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Tocar mal o violão</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Beber com amigos</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Resolver todos os problemas</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">E acordar, cedo e ressacado</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;">Pra começar, tudo de novo...</span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span><br /><span style="font-family: Arial; font-size: small;"><span style="font-size: 13px;"><br /></span></span>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-79752454775124678902009-12-01T00:55:00.000-08:002011-01-11T17:27:51.028-08:00Exercício matutinoNadar diariamente às 06:00 da manhã não é fácil, ainda que eu goste.<br /><br />Hoje estou aqui, faltam 10 minutos para abrir a piscina da UFPE e eu ainda titubeio em ir. Mas vou.<br /><br />Gosto de acordar cedo, de ver o dia começar... sem ruídos, sem pessoas acordadas. É a hora do dia que me dá mais gosto estar acordado. A labuta matutina eleva o espírito. Entendo as pessoas do campo que despertam quando o primeiro sinal de aurora anuncia o dia. Uma senhora que cozinhava pra mim no México durante minhas temporadas de campo utilizava a expressão "recordar" para o despertar diário, a viagem de volta do mundo dos sonhos. É isso mesmo, cada despartar é um regresso, um lembrar.<br /><br />Vou nadar... isso me lembra...Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-22442311554399527362009-11-18T02:24:00.000-08:002011-01-11T17:27:51.039-08:00Sofrimento que gera inspiração<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://capacitandoofluxo.files.wordpress.com/2008/09/telemarketing21.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="315" src="http://capacitandoofluxo.files.wordpress.com/2008/09/telemarketing21.jpg" width="320" /></a><br /></div><b>Teleatendimento</b><br /><br />Vai estar consumindo a paciência<br />Que me está faltando<br />Para finalmente estar-me dando<br />Provas de sua indecência<br /><br />Um número de protocolo<br />Das ligações que por ventura<br />Virão a ser as agrugras<br />Das tardes outrora tão puras<br /><br />"Em que posso ajudar?"<br />Por favor, minha conta de ... pi, pi ,pi<br />"Deixe-me no sistema buscar"<br />Devo chorar para não rir.<br /><br />Queria mesmo era espancar<br />O sistema e o operador<br />Injetar um virus no ordenador<br />Para todas as contas cancelar<br /><br />"Seu protocolo estará sendo arquivado<br />E seu pedido será julgado"<br />Por quem? Ora, por vocês fui lesado!<br />Nessa insana relação de ladrão que julga roubado.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-16823308570215163562009-11-05T02:25:00.000-08:002011-01-11T17:27:51.052-08:00A má educação, ou: sobre sexo, dominó e 'falcudade'.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.lumpas.hpg.com.br/nova/faculdade_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="303" src="http://www.lumpas.hpg.com.br/nova/faculdade_2.jpg" width="320" /></a><br /></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="color: red;">Um</span><span style="color: red;">a das primeiras imagens que aparecem no google ao se procurar por 'faculdade'</span></div><div><br /></div><div>A mente de um estudante de graduação da UFPE aos 20 e pouquinhos ocupa 90% dos neurôneos com sexo, dominó e "falcudade", como diriam os paulistas. </div><div>O sexo tende a melhorar com o tempo, aprendemos, experiementamos, sintetizamos e isso ocupa nossa mente até que a libido dá lugar ao reumatismo. O dominó é uma arte complexa: estratégia, blefes e sorte se combinam numa mistura que só tem paralelo no futebol, pois em ambos alguém que não joga nada, pode ganhar. Estudar talvez seja o ofício mais científico porém menos preciso de todas essas atividades. </div><div>Durante as duas semanas passadas fiz um exercicio com os alunos da pós-graduação em botânica onde avaliamos o grau de conhecimento de 83 alunos de graduação em questões relacionadas à conservação da biodiversidade e meio-ambiente. Foi um desastre! Apesar da grande maioria dos alunos (~75%) terem expressado intenção em trabalhar com biologia da conservação, menos de 20% puderam fazer uma estimativa aproximada do número de espécies descritas pela ciência. A porcentagem de acerto do nome do ministro do meio-ambiente (Carlos Minc) ficou entre 0% e 50% nos para os três cursos de biologia da UFPE. Quando solicitados a citar dois "serviços ambientais/ecossistêmicos" (que por definição são os beneficios que recebemos do correto funcionamento dos ambientes naturais, ex: água, regulação do clima, solos férteis, etc...), foram respostas frequentes: IBAMA, CPRH etc...(sic). Cerca de 20% não tem nenhum conhecimento de estratégias de conservação e a percepção dos alunos sobre o número de disciplinas que abordam o tema: 'conservação da biodiversidade' ficou entre uma e duas (1 e 2) das cerca de 45 disciplinas que são necessárias para se formar um biólogo na UFPE.</div><div><br /></div><div>Conclusão: da academia dificilmente sairão prefissionais qualificados para lidar com os crescentes de demandantes problemas ambientais do nosso planeta. No entanto, poderemos manter a fama de "latinos calientes", que muita receita nos gera pelo turismo internacional-sexual e ganhar um ou muitos mundiais de dominó. Enquanto isso no congresso.... tentam acabar com o código florestal e o Brasil não consegue se impor nas negociações globais sobre o clima para incluir florestas dentro dos mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL). </div>Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-77936133880197990352009-10-30T02:20:00.000-07:002011-01-11T17:27:51.072-08:00EspelhosNossa própria história, da humanidade, pode ser contada em prosa.<br />Eduardo Galeano, no seu último livro "Espelhos, uma história quase univesal" faz um passeio sobre fatos e personagens conhecidos e menos conhecidos da nossa história de uma maneira especial.<br /><br />O livro começa assim :<br /><br />(tradução livre)<br /><br />DE DESEJO SOMOS<br /><br />A vida, sem nome, sem memória, estava só. Tinha mãos mas não a quem tocar. Tinha boca mas não tinha com quem falar. A vida era uma, e sendo uma era nenhuma. <br /><br />Então o desejo disparou seu arco. E a flecha do desejo partiu a vida ao meio, e a vida foi duas. <br /><br />As duas se encontraram e riram. Era gostoso se ver e se tocar também.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-87444071819607971642009-09-02T02:55:00.000-07:002011-01-11T17:27:51.084-08:00É hoje que não é.Novo concurso, agora é para professor sub(pro)stituto de botânica criptogâmica (é quase um palavrão) na UFPE... Acho que nem quero passar!<br />Enquanto isso, vivo de bolsa numa espécie de pos-graduação em administração de ONGs. Vou reprovando tudo que é matéria, por sinal.<br />Situação laboral indefinida, bolsa em vez de salário mas, projetos persistentes.<br />Estou já chutando o pau da barraca! Vou-me embora para Roraima. Lá pelo menos é perto da Venezuela que tem um governo socialista-bolivariano e talvez estejam precisando de biólogos.<br /><br />Calma, calma, calma...<br /><br /><br />Esse fim de semana vi um documentário sobre Amyr Klink. É legal ver um cara franzino falar de como atravessou a remo o Atlântico e como cicunavegou a Antártica mas, isso é pra outra postagem...Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-88446481363988315772009-08-20T04:47:00.000-07:002011-01-11T17:27:51.094-08:00Ansiedades<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg72iD5OzQyNCG96hfaRfxRDyhrBmeU2onusRk_ZKqwx_k46Fu-3bDBla1Q4YBukldAA7HCiC_wHD5exxTuqfwCVpHisCU4VnJgLuXmzcFDlOyboSdXt7J4S7jxVSwb4Kp_F8j_tIRDIRz/s1600-h/controlandoansiedade-joanmiro-doginfrontof+thesun.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 237px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg72iD5OzQyNCG96hfaRfxRDyhrBmeU2onusRk_ZKqwx_k46Fu-3bDBla1Q4YBukldAA7HCiC_wHD5exxTuqfwCVpHisCU4VnJgLuXmzcFDlOyboSdXt7J4S7jxVSwb4Kp_F8j_tIRDIRz/s320/controlandoansiedade-joanmiro-doginfrontof+thesun.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372019326338840626" /></a><br />Ontem foi uma noite interessante, me tornei consciente de algumas causas dessa coisa que aflinge a tanta gente a alimenta outras quantas. A ansiedade. Talvez um tratado esotérico e pseudo-intelectual fosse a fórmula adequada de transformar uma simples noite de reflexão em um livro de auto-ajuda e ganhar um dinherinho. Na falta de vocação para esse "business" eu escrevo algumas linhas num blog subexistente.<br /><br />É nisso que dá, fumar unzinho às 10 da noite, com todos já adormecidos em casa. Deicei só uma luzinha ligada na cabeceira do sofá. Comecei vendo futebol na tv, o que não me entreteve po mais de 5 min. Desliguei aquela "caixa mágica" e fiquei pensando: <br /><br /> - Porque ela está cada vez maior, 14, 20, 29, 42 polegadas? <br /> - Porque tem um lugar especial na sala? Porque os sofá está justo defronte dessa caixa? <br /><br />Resolvida a questão, entendi que são os tempos, que a era moderna, que a alienação, que isso, que aquilo, blá, blá, blá. Que saco! Fui pensar em coisas mais práticas, por exemplo... <br /><br /> - Porque comprar um apartamento quando não tenho dinheiro nem pra pegar um ônibus? <br /><br />Só de pensar na pergunta, me deu uma agonia. Televisão, apartamento... falta o que? Claro, trabalho. Comecei a pensar no trabalho e pimba! Encontrei uma coisa interessante para arriar a lombra. Comecei a preparar o debate sobre Darwin e a Evolução que traverei com meu estimado amigo Érico, hoje na Saraiva da "caverna". Isso me consumiu pelo menos 2 horas de leituras e anotações que me deixaram satisfeitos. gosto do que faço.<br /><br />Mas faltava alguma coisa... Ah, claro, família. Isso completava a tríade da sociedade moderna: posses, trabalho e família. Pensei en Nina que hoje faz uma entrevista de emprego e em Chico que anda fascinado por seu novo herói, Bolt, o cachorro super-ação. Engraçado, não me vieram perguntas esquisitas sobre eles, nada profundo. Pensei nos dois dormindo... Legal.<br /><br />É, quanto tempo se perde vendo tv, pensando-se em comprar apartamento quando não posso nem morrer. Comecei a observar meu comportamento de há alguns dias e é notória minha ansiedade com todas essas coisas rondando minha cabeça. Pensei em vários ditados populares e na verdade prática que eles contêm. Essa coisa de aproveitar a vida, de evitar a ansiedade, de buscar a paz, blá, blá, blá. <br /><br /> - Chega, de novo não. <br /><br />Fui dormir.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-6477700055552886488.post-84734286002600530102009-06-08T03:12:00.000-07:002011-01-11T17:27:51.106-08:00Para Mario Benedetti<span style="font-weight:bold;">Te quiero <br />Mario Benedetti</span><br /><br />Tus manos son mi caricia<br />mis acordes cotidianos<br />te quiero porque tus manos<br />trabajan por la justicia <br /><br />si te quiero es porque sos<br />mi amor mi cómplice y todo<br />y en la calle codo a codo<br />somos mucho más que dos <br /><br />tus ojos son mi conjuro<br />contra la mala jornada<br />te quiero por tu mirada<br />que mira y siembra futuro <br /><br />tu boca que es tuya y mía<br />tu boca no se equivoca<br />te quiero porque tu boca<br />sabe gritar rebeldía <br /><br />si te quiero es porque sos<br />mi amor mi cómplice y todo<br />y en la calle codo a codo<br />somos mucho más que dos <br /><br />y por tu rostro sincero<br />y tu paso vagabundo<br />y tu llanto por el mundo<br />porque sos pueblo te quiero <br /><br />y porque amor no es aureola<br />ni cándida moraleja<br />y porque somos pareja<br />que sabe que no está sola <br /><br />te quiero en mi paraíso<br />es decir que en mi país<br />la gente viva feliz<br />aunque no tenga permiso <br /><br />si te quiero es porque sos<br />mi amor mi cómplice y todo<br />y en la calle codo a codo<br />somos mucho más que dos.Felipe Pimentel Lopes de Melohttp://www.blogger.com/profile/10533112660341572479noreply@blogger.com2