Que legal. Por primeira vez fomos a um casamento mexicano. Dois amigos se casaram esse sábado numa festa bastante interessante.
Mexicano é "brega", e obviamente a cerimônia oficial de casamento, com juíz e tudo mais foi numa casa de eventos com toalhas e cortinas amarelo-gema, flores artificiais de todas as cores e formas por todo lado, guardanapos dobrados exquisitamente e outras poluições visuais que davam ar de chique num "barrio bravo" da Cid. do México. Foi muito interessane ver os noivos e convidados dançando ao ritmo de salsas, cumbias, danzón, merengue e até um remix com músicas de Jorge Ben setenteiras. A noiva joga o buquê, o homem, bem ao estilo mexicano macho, se meteu embaixo do vestido da noiva e tirou um pedaço da sua cinta-liga e o jogou numa atitude de pré-desvirginação em público muito de macho. Tudo muito tradicional aqui. Ademais tudo era comandado por um mestre de cerimônias com microfone que anunciava tudo que ia acontecer e até organizava a multidão nas brincadeiras. Um casamento "standard" mexicano para apresentar os noivos à sociedade e todo esse blá-blá-blá.
Mas depois daí é que veio a festa real e autêntica. Nos dirigimos à casa dos pais da noiva e numa rua que me lembrava o Eng. do Meio (minha querida terra natal)onde estavam todos os familiares e sobre tudo vizinhos. Uma típica "vecindad" mexicana. Fomos recebidos por um dos vizinhos porque os noivos ainda não haviam chegado. Nos ofereceram um brinde e começaram a falar da noiva, que a conheciam desde embrião e que a consideravam filha e toda essa história de vizinho-família já meio "borracho" de tanta tequila. Então chegaram os noivos e nos conduziram à casa da noiva que entrou carregada sob uma salva de gritos e palmas. Em seguida começaram a chegar mais e mais vizinhos com panelas de comida, garrafas de bebida, gelo, pratos...Parecia que a festa tinha sido realmente organizada pela vizinhança, e de fao foi. Eu, já bem entrozado e tomando minha "cubita" de run nicaraguense envelhecido começava a conversar com "primos" e "primas" da noiva que não paravam de dedicar-lhe alogios e desejos de felicidade. De repente entram na casa um grupo de senhores, músicos bem trajados e elegantes com um "guitarrón" (aquele violão mexicano enorme) um violão e uma sanfona. Música ao vivo maravilhosamente executada em homenagem os noivos, Marina e eu dançamos mais ainda ao som de "boleros", "rancheras" e "chilenas" numa sala apertada entre mesas com bolo, estantes com livros, jarrinhos de flores e quadros com fotos da noiva quando da sua festa de XV anos. Mais "cubitas" (não para Marina é claro)e já conheciamos toda a festa e todos já nos consideravam da família e vieram os convites, declarações de amizade eterna e outros assuntos de borrachos emocionados, mas que sinceramente ou inocentemente considero verdadeiros. Maís música, todos cantando, até toquei violão. A festa seguia sem desanimar-se, uma verdadeira demonstração de amizade e dedicação aos noivos que alegremente desfrutavam de seu dia.
Saimos dalí com bastante alegria e com uma boa sensação de que as coisas reais e autênticas são simples e que a alegria "standard" de um salão de festas é um simulacro ridículo do mundo.
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