Esse artigo começa com uma pergunta intrigante que aparentemente não reflete o dilema ético por trás do tema da conservação biológica. Se não há dinheiro para nada, nem para tirar aos milhões de seres humanos da miséria, porque haveria para salvar espécies e recursos naturais que afinal estão
aí para satisfazer nossa fome de consumo? Antes de responder tal pergunta quero tratar primeiro de outra. Quem são os grandes financiadores a conservação? Como tudo na autalidade a pergunta não tem uma só resposta, mas várias. A primeira é, os grandes financiadores da conservação somos nós mesmos, cidadãos, dinheiro do contribuinte. De uma maneira ou de outra, pagamos o custo de práticas mais amigáveis que a sociedade exige aos governos que promovam, não só a sociedade civil como a industria e o comércio. Os preços de produtos ambientalmente mais amigáveis é, em geral, mais alto que os produtos que não adotam nenhuma prática amigável com o meio-ambiente. Enrtetanto, esse preço é mais óbvio que outros, vide: As grandes ONG's ambientalistas que atuam no mundo podem girar ao redor de 200 mdd por ano, arrecadados com milhonários, governos, coorporações, fundações (milhonários ou cooporações diefarçados de mecenas). Por ememplo, está na página da Conservation International o balanço anual de quanto arrecadam, com quem, onde gastam e com quê. Disponibilizam também quem são seus parceiros na empreitada da conservação, se pode ver de tudo, desde a água negra do capitalismo (conhecida como coca-cola), Intel, 3M, Alcoa, Mosanto até governos europeus vários e milhonários artistas como Harrison Ford. Na WWF conhecida pelo seu pandinha singelo que estampa o emblema, a situação não é diferente. No ultra-verde Greenpeace a política de arrecadação de fundos é mais estricta e eles se apoiam quase totalmente em doações de individuos ao redor do mundo, mas também de coorporações e artistas.
Bom, o fato de que grandes poluidores como os governos europeus e norte-americano, empresas como Alcoa, Monsanto e Coca-Cola estejam doando dinheiro para a conservação não significa que são empresas amigáveis ao meio ambiente. Mas podemos prescindir desse dinheiro para tomar medidas emergenciais de conservação? Absolutamente. Fazendo uma análise preagmática da história, não vivemos um momento propício à quebra de regras, e o jogo tem regras. Jogar com as regras do jogo e logo subvertê-las é o papel de todos esses movimentos altermundistas que afortunadamente mantêm vivas algumas visões de mundo mais elém do Homo consumens. Internet é seu principal meio de divulgação e resultou da carrida armamentista. Então é suja a net e não a usamos? Não. Monsanto cria transgênicos, agrotóxicos e outras coisas que são no mínimo debatíveis. Entretanto comemos grãos Monsanto. Se a Coca-cola quer doar 10 milhões de dólares para salvar rios, aceitemos. Se a Alcoa, quer salvar baleias orcas, por que não? Vale a pena lembrar que que lucros são exploração de mais-valia e portanto, pagamos. Tanto por contaminar quanto por conservar. Isso também traz diviendos para as empresas e coorporações, afinal pandas, baleias, selvas tropicais são excelente propaganda. Então estamos traindo a causa se aceitamos dinheiro de poluidores? Existe dinheiro que foi ganho sem poluir? E se vemos a oportuniudade de usar esse dinheiro inclusive para aumentar a pressão social sobre essas empresas? Afinal são comprometidas com o meio-ambiente, não?
Diante de uma crise ambiental global, a solução passa por mudanças estruturais da sociedade. Educação, hábitos de consumo, re-distribuição de renda, etc. Tudo isso são objetivos inevitáveis se queremos estender nossa estadia no planeta e vão levar algum tempo, talvez gerações. Mas é fato que não há dinheiro pra conservar e as demandas contunuam aumentando. Não quero esperar por governos europeus "conscientes" que doam fortunas para a conservação e que por outro lado têm uma pegada ecológica por habitante de 10 planetas terra. Se grandes empresas querem aliviar a culpa ou melhorar sua imagem, que paguem por isso, como todos nós mortais.
domingo, 2 de novembro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
02 de octubre no se olvida
O jornalista Zuenir Ventura no seu livro "1968: o ano que não terminou" descreve esse ano como um período intenso, onde as utopias banhavam o mundo. Em vários lugares do hemisfério ocidental os gritos clamavam por um mundo reconhecidamente impossível, até de se imaginar. França, EEUU, Brasil, Tchecoslováquia, México... Esse ano talvez nunca tenha terminado mesmo, as utopias continuam a vagar. No Brasil o AI-5 já em dezembro estendeu uma nuvem negra sobre a nação que nublou esse fim de ano.
Já no México, esse ano ficou na memória do país, não pelos jogos olímpicos que sediavam, mas por um evento trágico. No dia 02 de outubro de 1968, centenas de estudantes secudaristas e universitários foram covardemente assassinados pelo exército, numa emboscada friamente planejada em plena "plaza de las 3 culturas". Rosário Castellanos, uma excelente poetisa mexicana, escreveu que a praça amanheceu varrida e lavada no dia 03 de outubro, que os jornais só falavam do tempo. O esquecimento planejado estava em marcha. Mas não foi assim, esse se tornou o dia que não se esquece, que ninguém esquece, mesmo os que não estavam aí, mesmo os que ainda nem tinham nascido. A memória dos mexicanos é relamente boa e viva, apesar dos fortes trabalhos de entorpecimento que a televisão e os meios de comunicação massiva tentam realizar.
No último 02 de outubro, fui a uma passeata organizada para lembrar que há 40 anos o sonho e a utopia foram afugentados à ferro e fogo. Mas ironicamente, a palavra de ordem era, não ao esquecimento, era dizer que o sonho continua vivo, que a utopia ainda vaga por aí. Que mesmo os que ainda nem sonhavam em nascer tampouco se esquecem do que nem viveram.
Eu, revivi uma coisa que por um tempo não experimentava, ganhar a cidade a pé, a maior cidade mundo, percorrida a passos. As mesmas ruas que normalmente estão sendo machucadas pelos carros e ônibus com pressa, a pressa de sempre, de nada. O silêncio dos edifícios que nos viam, aos milhares, lembrando de um sonho que maioria nem sonhou. Dentro desses, engravatados atrás das grades a mirar impassivos, eram a imagem patética de quem ridiculariza sonhos. E lembrei dos meus prórpios sonhos e utopias, outrora postos ao lado, por desleixo e falta de cuidado. Lembrei da esperança que sinto, que o mundo ainda é pra se viver, que por isso tive um filho. Que por isso escolhi ser biólogo, que ser ator e autor do mundo é nossa missão...lembrei de tudo.
Clique aqui para ver fotos da passeata.
Já no México, esse ano ficou na memória do país, não pelos jogos olímpicos que sediavam, mas por um evento trágico. No dia 02 de outubro de 1968, centenas de estudantes secudaristas e universitários foram covardemente assassinados pelo exército, numa emboscada friamente planejada em plena "plaza de las 3 culturas". Rosário Castellanos, uma excelente poetisa mexicana, escreveu que a praça amanheceu varrida e lavada no dia 03 de outubro, que os jornais só falavam do tempo. O esquecimento planejado estava em marcha. Mas não foi assim, esse se tornou o dia que não se esquece, que ninguém esquece, mesmo os que não estavam aí, mesmo os que ainda nem tinham nascido. A memória dos mexicanos é relamente boa e viva, apesar dos fortes trabalhos de entorpecimento que a televisão e os meios de comunicação massiva tentam realizar.
No último 02 de outubro, fui a uma passeata organizada para lembrar que há 40 anos o sonho e a utopia foram afugentados à ferro e fogo. Mas ironicamente, a palavra de ordem era, não ao esquecimento, era dizer que o sonho continua vivo, que a utopia ainda vaga por aí. Que mesmo os que ainda nem sonhavam em nascer tampouco se esquecem do que nem viveram.
Eu, revivi uma coisa que por um tempo não experimentava, ganhar a cidade a pé, a maior cidade mundo, percorrida a passos. As mesmas ruas que normalmente estão sendo machucadas pelos carros e ônibus com pressa, a pressa de sempre, de nada. O silêncio dos edifícios que nos viam, aos milhares, lembrando de um sonho que maioria nem sonhou. Dentro desses, engravatados atrás das grades a mirar impassivos, eram a imagem patética de quem ridiculariza sonhos. E lembrei dos meus prórpios sonhos e utopias, outrora postos ao lado, por desleixo e falta de cuidado. Lembrei da esperança que sinto, que o mundo ainda é pra se viver, que por isso tive um filho. Que por isso escolhi ser biólogo, que ser ator e autor do mundo é nossa missão...lembrei de tudo.
Clique aqui para ver fotos da passeata.
sábado, 27 de setembro de 2008
A crise é outra
Não gosto de comentar noticias da gringolândia, geralmente são tendenciosas e vendidas como importantes ainda que para nós, alheios.
Entretanto, essa tal crise econômica que viven atualmente é notícia realmente importante principalmente para nós mortais do 3ro mundo. Por quê? Ora, esse é o modelo de economia que muitos países têm perseguido com afinco, principlamente nos malditos anos de fundamentalismo liberal da década de 90.
Um excelente série de textos sobre esse fenômeno de crise se publicou na Agência Carta Maior e traz a tona o que a imprensa oficial tem vergonha de assumir. Que o modelo econômico de liralaização, desregularização e estado mínimo é um farsa. Irônicamente o próprio estado que não deveria intervir na economia é quem os está salvando agora. A velha máxima yuppie de privatizar lucros e socializar prejuízos se aplica descaradamente. Os analistas econômicos da TV... ai, ai, ai.
Particularmente, me preocupo com o apredizado (ou não apredizado) que nos tratá esse episódio. A economia baseada em giros de dinheiro, em "bolhas" especulativas, em "passivos ambientais"... Sempre a mesma equação desigual, sempre o crescimento ad infinitum, o cálculo de "gastos" com educação, saúde ou meio-ambiente. Parece que só uma ecatombe poderá mudar os rumos que temos escolhido.
Como se vê estou pessimista hoje.
Entretanto, essa tal crise econômica que viven atualmente é notícia realmente importante principalmente para nós mortais do 3ro mundo. Por quê? Ora, esse é o modelo de economia que muitos países têm perseguido com afinco, principlamente nos malditos anos de fundamentalismo liberal da década de 90.
Um excelente série de textos sobre esse fenômeno de crise se publicou na Agência Carta Maior e traz a tona o que a imprensa oficial tem vergonha de assumir. Que o modelo econômico de liralaização, desregularização e estado mínimo é um farsa. Irônicamente o próprio estado que não deveria intervir na economia é quem os está salvando agora. A velha máxima yuppie de privatizar lucros e socializar prejuízos se aplica descaradamente. Os analistas econômicos da TV... ai, ai, ai.
Particularmente, me preocupo com o apredizado (ou não apredizado) que nos tratá esse episódio. A economia baseada em giros de dinheiro, em "bolhas" especulativas, em "passivos ambientais"... Sempre a mesma equação desigual, sempre o crescimento ad infinitum, o cálculo de "gastos" com educação, saúde ou meio-ambiente. Parece que só uma ecatombe poderá mudar os rumos que temos escolhido.
Como se vê estou pessimista hoje.
sábado, 20 de setembro de 2008
A estória das coisas
Um bom filminho para refletir sobre o consumo e o "A estória das coisas"
Qual o destino da civilização do consumo? Poderemos consumir responsavelmente algum dia?
Estamos mesmo é mal-acostumados a uma fartura que não durará muito.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Ressureição
Decidi, definitivamente ressucitar o blog. Nos próximos dias ele vai ganhar novo visual e novas postagens. Meus 3 ou 4 leitores poderam voltar e xeretar as Mirabolâncias.
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