sábado, 5 de maio de 2007

Aborto no México


O México é seguramente um país conservador, oprimido pelas convenções servis impostas pelos conquistadores e pelo controle moral da igreja católica. A opressão à latinidade, assim como a concebo, se percebe facilmente no modo de vestir do mexicano, por exemplo. Agora que faz 30 graus aqui a 2200m de altitude, ainda assim os mexicanos capitalinos se cobrem, usam casaco. As janelas continuam fechadas, como de costume. Ponha um mexicano numa roda com outros latinos e vão ver como uma fera aprisionada se solta. Ponha esse mesmo mexicano entre outros mexicanos e observe que dizer 'xoxota' causa crises de um riso envergonhado. A igreja, a 'virgencita', anos a fio de governos direitistas e conservadores aprisionaram um povo.
Paradoxalmente, o parlamento do Distrito Federal (Cidade do México), que é de maioria de esquerda, acaba de aprovar a despenalização do aborto. Não vale para todo o país, só para o DF. Federalismo, pois. Em meio a protestos desesperados da corja católica que protege pederastas, o parlamento disse sim a um direito básico, o de ter poder sobre seu próprio corpo. A igreja disse que vai excomungar o governador e deputados que votaram a favor da lei. O Vaticano esbravejou, mas calou-se ante à sociedade mexicana que cobrou sua auto-gestão e rejeitou a ingerência de Roma. Ano passado, esse mesmo parlamento aprovou a união civil que inclui casais homossexuais. A Cidade de México portanto dá um exemplo de coragem e de vontade de construção de uma nova sociedade, respeitosa dos direitos individuais.
Enquanto no Brasil, o país mais sensual do mundo, onde as mulheres são liberais, gostosas e donas dos seus corpos... ??
Parabéns à Cidade do México, onde apesar de tudo, me orgulho de viver.

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